sábado, 26 de dezembro de 2020

Reassistindo a Star Wars: The Clone Wars - O Inimigo Oculto

                        Há um espião entre os clones, Anakin e Obi-wan investigam

2: O Inimigo Escondido (S01E16)              

            “A verdade ilumina a mente, mas nem sempre trará alegria ao seu coração”

Sinopse:

Conforme Anakin Skywalker e Obi-Wan Kenobi lideram as forças da República em Christophsis, suas tropas caem em uma emboscada e são forçadas a recuar. Logo se torna claro que há um traidor entre eles, um espião dando informações aos Separatistas sobre cada movimento da República.

Análise:

Quanto mais se considera as implicações e nuances em jogo neste episódio, mais ele parece um soco no estômago. A traição de um soldado clone serve, de certa forma, como um prenúncio assustador da futura Ordem 66, quando a ativação do chip inibidor tira dos clones seu livre arbítrio e os transforma em assassinos de Jedi sem qualquer discernimento.

Para os clones, mudar de lado é uma traição extremamente pessoal. Criados em Kamino como parte de um programa apoiado pela República para criar e treinar um exército, eles parecem intercambiáveis, geneticamente idênticos em todos os aspectos. Sua confiança um no outro deve ser incontestável, oferecida com a mesma facilidade com que eles aprenderam a confiar em si mesmos. E ainda assim... É visível que eles buscam suas próprias identidades no mar de rostos indistinguíveis que olham de volta para eles. Ainda que o exército clone tenha surgido primeiro no filme, a série deu aos troopers a chance de brilhar como indivíduos com personalidades, cortes de cabelo e traços únicos, o que lhes permitia personalizar desde suas armaduras até seus caças. Eles são irmãos de armas. Soldados. Mas também são humanos. E por entre as patentes, algo está influenciando alguns bons homens a ir além de seu desejo por individualidade e traçar um caminho sombrio, que cultiva o fingimento, convidativo a tudo, desde a remoção clandestina de dedos de droids como troféu, ou mesmo o crime mais imperdoável: vender sua lealdade aos Separatistas.

Conforme Capitão Rex e Comandante Cody se apressam para capturar o traidor, a busca os leva ao saguão bagunçado e à assustadora conclusão: “Os únicos aqui dentro... São nossos irmãos”. É difícil para eles compreender como um companheiro clone poderia fazer algo do gênero. E, ainda assim, na mesma velocidade com que eles passam a se voltar uns contra os outros, interrogando suspeitos excluindo álibis, a investigação habilmente passa por cima de laços e desgasta sua confiança de dentro para fora, como um vírus se espalhando. Se a intenção dos separatistas era enfraquecer seu inimigo, essa batalha psicológica causa mais danos que sabres e blasters. Um soldado disposto a limitar seu próprio exército ao eliminar o depósito de armas não faz nenhum mal, também. Os métodos e treinamento de Slick deixam seus companheiros agitados. Como lutar contra um inimigo que sabe cada movimento que você fará antes mesmo que você o faça?

Slick é dúbio, sem dúvidas, mas de acordo com as palavras que seus irmãos usam para descrevê-lo, ele havia sido um líder estrito até então; seguia ordens, obedecia comandos, tudo isso enquanto assistia seus colegas clone troopers serem tratados de forma descartável, perdas de rápida substituição em uma guerra liderada por seus senhores Jedi, que, para ele, estão escravizando seu povo. Nascido para lutar – morrer, na verdade –, um número em um exército onde todos têm o mesmo rosto, a mesma voz, ele buscava liberdade e afirmação de seu próprio caminho. Quando tem a chance de alcançar isso com as próprias mãos, ele acredita estar fazendo a coisa certa por todos os clones, sendo este mais um momento em que Star Wars nos convida a considerar, mesmo que apenas por um momento, como o certo e o errado podem mudar drasticamente a depender do ponto de vista.

A traição de Slick gera uma comparação com um outro, mais ativo, participante da Ordem 66 – Darth Vader. Quando Anakin muda de lado, o bom homem que ele era deixa de existir, e é substituído por um impiedoso Lorde Sith, que mataria seus irmãos da Ordem Jedi (e os younglings, também). A traição de Slick é impensável para seus irmãos clones, assim como Anakin ter se tornado mal choca seu irmão Obi-Wan. E enquanto Slick acredita que conquistará a liberdade de seus irmãos, Anakin muda de lado, ostensivamente, para salvar a pessoa que mais ama na galáxia.

Quando assistido na ordem cronológica, o episódio também nos dá o primeiro de muitos duelos de sabre de luz que desafiam a gravidade. Aqui, conhecemos a assassina Ventress, que ganha tempo provocando Obi-Wan enquanto luta com não um, mas dois Jedi com sabres em punho. “É tão difícil saber em quem confiar hoje em dia, não é?” ela sussurra “Pobre Obi-Wan. Você foi traído”. Os que estão assistindo pela primeira vez acabaram de conhecer essa personagem misteriosa e multifacetada, mas ela é, sem dúvida, uma das minhas preferidas da série. Com o tempo, ela provará que, apesar de sua aparência pouco convencional e perversa e suas respostas atrevidas, é uma das personagens mais complexas da série, e sofre sua própria desgraça nas mãos de um mestre.

Mas, por enquanto, a luta segue acirrada... Com quase mil droides de batalha a caminho da Batalha de Christophsis!

Curiosidades:

- Originalmente, o Sargento Slick teria o cabelo vermelho, mas o personagem foi renderizado com a coloração natural dos clones. No fim das contas, essa escolha o ajudou a se misturar mais do que aparecer sendo obviamente incomum por ali, o que aumentou a surpresa da revelação.

- Se a música durante a cena da briga dos clones soa familiar, é porque se trata de uma variação da composição d’O Ataque Dos Clones da perseguição nos speeders.

O que acharam desse episódio? Comente aqui conosco e volte em breve para o próximo episódio que é o filme: "Star Wars: Guerra dos Clones"

Acompanhe aqui nosso progresso.

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